domingo, 27 de novembro de 2011

Às Mulheres, às Meninas, aos Homens, aos Meninos

Um recado importante - Vamos valorizar a cultura da paz, do respeito do carinho. Quem ama cuida, ouve e respeita.

sábado, 26 de novembro de 2011

Fun Home- HQ homossexualidades e relações familiares








Muito intrigou-me as resenhas e primeiras leituras desse HQ da estadounidense Alison Bechdel
(http://dykestowatchoutfor.com/) . A grafic novel autobiográfica começa com o trágico e baila pela infância, adolescência e juventude de uma filha de professores de inglês em uma cidadeinteriorana dos E.U.A. Mais do que isso: desvela as relações familiares em uma casa de artistas e mostra como é solitário lidar com as questões da descoberta das diferenças e das homossexualidades.



Há aí uma menina-adolescente-jovem que na eclosão de sua sexualidade ainda tem que se haver com um pai homossexual 'enrustido'.

A trajetória de descoberta pessoal mescla a exuberância de títulos fascinantes da literatura de lingua inglesa, com ensaios e livros feministas e outros sobre a lesbianidade.

Esses eu destaco com um gostinho de raridade. É como se Alison nos transportasse pelos caminhos da descoberta e sedimentação da sua identidade de quadrinista, feminista, lésbica entre outras que se mesclam a essas com referência bibliográfica e tudo mais. Então, cito alguns títulos desconhecidos para mim até agora, como Nação Lésbica de Jill Johnston (título original: Lesbian Nation) e os escritos como Sra. Stevens ouve o canto das sereias da May Sarton (título original: Mrs. Stevens hears the mermaids singing). Uma simples resenha desses dois livros só achei em inglês. Quem animar clique nos títulos. E, para fechar com uma Paris dos anos 20, qual não foi minha maravilhada surpresa ao ver e ler na página 213 a relação da protagonista com a Autobiografia de Colette: Paraíso Terreno.



Alegrem-se, pois há tradução para o português e, por pura sorte, encontrei um exemplar na biblioteca da cidade.


Conheça outras opiniões sobre Fun Home:

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ensaio ou rascunho de amizades

Uma vez escutei a seguinte afirmação:
" Só tenho amigas homos. Amigas héteros dão preguiça. Não entendem o que se passa verdadeiramente conosco e não se dão ao trabalho de entender que temos gosto e preferências. Afinal, eu não me interesso pela primeira mulher que surge na minha frente, muito menos por uma suposta amiga hétero preconceituosa que acha que os outros vão achar que ela é qualquer outra coisa por ser minha amiga. Preguiça! Aff (expressão de indignação)"

Mas existem amigas héteros, homos, trans entre outras bem resolvidas consigo mesmas.
Essas sabem o valor da amizade.

Numa outra vez escutei:
"Eu sei que você é homo. Só que eu não precisava contar isso para você. Era você quem precisava perceber isso.
Fico contente por você ter me falado assim...como quem descobre que aquele canto que sempre ouve pela manhã é de rouxinol e não de bem-te-vi.
E agora fala aí. Quem é mesmo essa moça que fez seus olhos brilharem assim?"

O respeito e o querer bem só aprofudam as raízes da benevolência fraterna...

Amizades superam discriminações e rótulos sociais, raciais, religiosos, de gênero, de posição política e outros mais que quiser listar.

É sempre bom sabermos escolher nossas amizades, mas mais do que isso: é bom reconhecer as amizades que ultrapassam as amarras sociais e nos integram como somos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasília – Por que marchamos?

Nesse sábado Brasília e Belo Horizonte marcham pelo fim da violência contra a mulher.

Porque estupro não é piada, é violência.


Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasília – Por que marchamos?

Em Brasília, marchamos porque apenas nos primeiros cinco meses desse ano, foram 283 casos registrados de mulheres estupradas, uma média de duas mulheres estupradas por dia, e sabemos que ainda há várias mulheres e meninas abusadas cujos casos desconhecemos; marchamos porque muitas de nós dependemos do precário sistema de transporte público do Distrito Federal, que nos obriga a andar longas distâncias sem qualquer segurança ou iluminação para proteger as várias mulheres que são violentadas ao longo desses caminhos.

No Brasil, marchamos porque aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano, e mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres feias não merecem cadeia, mas um abraço; marchamos porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens; marchamos porque vivemos em uma cultura patriarcal que aciona diversos dispositivos para reprimir a sexualidade da mulher, nos dividindo em “santas” e “putas”, e muitas mulheres que denunciam estupro são acusadas de terem procurado a violência pela forma como se comportam ou pela forma como estavam vestidas; marchamos porque a mesma sociedade que explora a publicização de nossos corpos voltada ao prazer masculino se escandaliza quando mostramos o seio em público para amamentar nossas filhas e filhos; marchamos porque durante séculos as mulheres negras escravizadas foram estupradas pelos senhores, porque hoje empregadas domésticas são estupradas pelos patrões e porque todas as mulheres, de todas as idades e classes sociais, sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja simbólica, psicológica, física ou sexual.

No mundo, marchamos porque desde muito novas somos ensinadas a sentir culpa e vergonha pela expressão de nossa sexualidade e a temer que homens invadam nossos corpos sem o nosso consentimento; marchamos porque muitas de nós somos responsabilizadas pela possibilidade de sermos estupradas, quando são os homens que deveriam ser ensinados a não estuprar; marchamos porque mulheres lésbicas de vários países sofrem o chamado “estupro corretivo” por parte de homens que se acham no direito de puni-las para corrigir o que consideram um desvio sexual; marchamos porque ontem um pai abusou sexualmente de uma filha, porque hoje um marido violentou a esposa e, nesse momento, várias mulheres e meninas estão tendo seus corpos invadidos por homens aos quais elas não deram permissão para fazê-lo, e todas choramos porque sentimos que não podemos fazer nada por nossas irmãs agredidas e mortas diariamente. Mas podemos.

Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamos antes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e estupradas por vários homens ao mesmo tempo durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES.

Mas, hoje, marchamos para dizer que não aceitaremos palavras e ações utilizadas para nos agredir enquanto mulheres. Se, na nossa sociedade machista, algumas são consideradas vadias, TODAS NÓS

SOMOS VADIAS. E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres! Somos livres de rótulos, de estereótipos e de qualquer tentativa de opressão masculina à nossa vida, à nossa sexualidade e aos nossos corpos. Estar no comando de nossa vida sexual não significa que estamos nos abrindo para uma expectativa de violência, e por isso somos solidárias a todas as mulheres estupradas em qualquer circunstância, porque foram agredidas e humilhadas, tiveram sua dignidade

destroçada e muitas vezes foram culpadas por isso. O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos mais básicos de toda mulher, e é pela garantia desse direito fundamental que marchamos hoje e marcharemos até que todas sejamos livres.

Somos todas as mulheres do mundo! Mães, filhas, avós, putas, santas, vadias...

todas merecemos respeito!

Fonte: http://marchadasvadiasdf.wordpress.com/

quinta-feira, 19 de maio de 2011

E depois da II Marcha Nacional Contra a Homofobia

No dia seguinte ao dia Mundial de Combate a Homofobia a Presidente do Brasil assinou o decreto que convoca a II Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos - LGBT que será realizada em Brasília de 15 a 18/12/11.

Os objetivos prioritários da Conferência são: a criação de políticas públicas para o combate a pobreza, discriminação e promoção dos direitos humanos da população LGBT. Além disso, pretende avaliar e fortalecer o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT.

O decreto define o prazo para a realização das pré-conferências municipais ( 1/06/11 a 31/08/11) e estaduais (ate 31/10/11).