terça-feira, 7 de outubro de 2008

Possibilidades

'Lésbicas vitimas de violência terão atendimento especializado em Minas.

Uma parceria entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Publicas para Mulheres (Cepam), e a Associação Lésbica de Minas Gerais possibilita atendimento jurídico, psicológico e social às mulheres lésbicas vitimas de qualquer tipo de violência. Tudo com sigilo total.
O termo de cooperação técnica foi assinado no inicio do mês pelo secretário-adjunto de Desenvolvimento Social, Juliano Fisicaro, pela presidente da Associação Lésbica de Minas Gerais, Soraya Andrea Menezes, e pela coordenadoria em exercício da CEPAN, Eliana Piola. A iniciativa tem a parceria do Centro de Referencia de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (GLBTTT) d e Minas Gerais. O Centro ajudará na divulgação dos serviços de atendimento às mulheres lésbicas vitimas de violência, por meio de material publicitário, educativo e de mídia.
Eliana Piola explica que a idéia surgiu em razão de não haver registros de atendimento às mulheres lésbicas pelo serviço que atende mulheres vitimas de violencia, oferecido pela Cepam. Eliana conta que um dos motivos é a falta de preparo especifico da equipe multidisciplinar “Nossa equipe vai receber treinamento da Associação Lésbica de Minas para prestar um atendimento especial. Serão abordados temas como linguagem, diversidade sexual feminina e vivência lésbica “, diz.
A capacitação está prevista para ter inicio ainda neste mês e será realizada no Centro Risoleta Neves, ligado à Cepam. Piola afirma que a iniciativa vai além do atendimento e ressalta o pioneirismo da parceria “Iremos encaminhar os casos aos órgãos competentes. Não existe nada semelhante no Brasil. É mais uma ação pioneira do Governo de Minas”.
A presidente da Associação, Soraya Menezes, ressalta a importância da iniciativa. “Muitas vezes as lésbicas sofrem algum tipo de violência, mas não denuncia porque tem medo da visibilidade. O preconceito também nos leva a esconder as diversas formas de violência” diz.Agora, com o treinamento de profissionais especificamente para atender as mulheres lésbicas, Soraya espera que essa realidade mude. “Vamos ter oportunidade para falar, com tranqüilidade e segurança. O silencio precisa ser rompido”, desabafa a presidente.'

Fonte:
Jornal Minas Gerais, 23 de setembro de 2008, pagina 6

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